Seminário lança Guia de Atendimento às Pessoas em Situação de Violência Sexual e certifica hospitais como referência na área
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Foi realizado, no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari, nesta quarta-feira (28), o Seminário Estadual Construindo Redes de Atenção à Saúde das Pessoas em Situação de Violência Sexual no RS.
A programação incluiu o lançamento o Guia de Atendimento em Saúde às Pessoas em Situação de Violência Sexual e o Protocolo Orientativo aos Serviços. Também foi entregue a certificação a 17 hospitais como serviços de referência na área da rede pública de saúde.
Na mesa de abertura, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse que o seminário é uma oportunidade que confere mais clareza e melhor definição sobre a estruturação da linha de cuidados."Que tenhamos efetivamente um resultado a partir da organização dos serviços, que as mulheres possam se sentir mais protegidas e que quando isso não acontecer, que elas possam ter amparo legal, ético, profissional e assistencial", declarou Gabbardo.
Promovido pela Secretaria Estadual da Saúde, em parceria com os Ministérios Públicos Federal e Estadual e secretaria municipal da Saúde de Porto Alegre, o encontro também teve como objetivo a qualificação dos profissionais no cuidado integral às vitimas. Buscou, ainda, fortalecer parcerias intra e intersetoriais nas redes de atendimento.
Participaram do evento, as representantes do Ministério Público Federal, Suzete Bragagnolo e do Ministério Público Estadual, Liliane Dreyer da Silva Pastoriz, o representante da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, Thiago Franck e a coordenadora do Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Violência Sexual do Departamento de Ações em Saúde da SES, Gislaine Silva.
Dados epidemiológicos
De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a série histórica, de 2010 a 2017, aponta que foram registrados 14.625 crimes de estupro no RS, sendo 2.306 casos em 2017.
Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2015, a cada 11 minutos uma pessoa é estuprada no Brasil. Porém, estima-se que apenas 10% dos casos são registrados na polícia.
Esta violência pode atingir todos os ciclos de vida, sendo mais prevalentes em crianças, adolescentes e mulheres, independente de classe social, orientação sexual e identidade de gênero. Pode causar traumas físicos e psíquicos, visíveis e invisíveis, que em algumas situações levam à morte.